Mostrar mensagens com a etiqueta Irene Lisboa. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Irene Lisboa. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 4 de março de 2021

Esquecidos (7)



Tenho uma certa dificuldade em avaliar com isenção os pergaminhos, como escritora, de Irene Lisboa (1892-1958). Mas recordo-me que dos seus livros diziam que era mais incensada pela crítica literária do que frequentada pelos leitores, ainda que os tivesse fiéis. Por outro lado, lembro-me bem de alguém que, numa altura difícil de vida, a lia repetidamente, e a citava em profusão, sobretudo excertos de Solidão, na versão da Portugália (1965). 



Creio que posso afirmar que, hoje, Irene Lisboa está profundamente esquecida. O seu intimismo discreto não se compagina com as estridências dos dias presentes. E até a sua própria poesia, um pouco na estirpe da de Casais Monteiro, e que me surpreendeu favoravelmente (já nos anos 90), terá talvez uma distanciação áspera em relação aos cultores potenciais.



Fique porém o nome de Irene Lisboa, nesta temática ingrata que o tempo foi cavando e eu aqui dou conta no Arpose, de vez em quando, para contrariar os desamores...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Bibliofilia 41 : Irene Lisboa



É uma autora de culto, de alguns "happy few", a Irene Lisboa. Escritora singular, com um modo de ver as coisas, pessoalíssimo, na prosa. A sua poesia é única, e tenho imensa dificuldade em classificá-la. Com uma "paixão fria" de Escorpião ( dizem os astrólogos, a propósito deste signo), embora ela seja uma capricorniana.
Usou, entre outros, os pseudónimos de João Falco e Manuel Soares (este último que, duplamente, me sensibiliza), numa altura portuguesa em que as meninas lusas e as mulheres costumavam saber francês e tocar piano. Para além dos bordados. As situações, na realidade, não se modificaram assim tanto, nestes últimos anos - substitua-se apenas o francês pelo inglês, para além de pequenos ajustamentos de mentalidades.
Este "O Pouco e o Muito (crónica urbana)", de Irene Lisboa, comprei-o, há menos de 10 anos, ao meu amigo Bernardo Trindade, por 12,00 euros. Mas é único, porque tem dedicatória da Autora, que era parca a escrevê-las.

para c. a., na oblíqua, com Amizade.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sobre amizades


As informações, ou conhecimentos cruzam-se, por vezes, de uma forma inesperada e, quase em simultâneo, convergindo. Soube, hoje, por acaso, que José Rodrigues Miguéis (1901-1980) tivera, como grande amiga, Irene Lisboa (1892-1958), e a correspondência, entre ambos, é disso exemplo evidente e indesmentível. Não o sabia, de todo.
Hoje, também, li, por acaso, uma frase interessante de Madame d'Arconville (1720-1805) sobre os três tipos de amizade possíveis. É um ponto de vista feminino e talvez polémico, mas curioso.
Seguem as palavras desta francesa, em tradução livre, mas que creio ser fiel à ideia:
"A amizade entre homem e mulher é a ligação mais agradável de todos os sentimentos; mas a dos homens, entre eles, é mais sólida e menos sujeita às contingências. No que diz respeito à amizade entre mulheres, é tão rara que se pode considerar como inexistente."