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segunda-feira, 11 de março de 2013

Recomendado : trinta e sete


Nesta altura do mundo, em que as ideias escasseiam e pensar é olhado de soslaio pelos zoilos dominantes; em que a vulgaridade tomou conta bastarda da literatura e a ensaística de qualidade é, meramente, residual, ter à mão um novo livro de George Steiner (1929) é um momento feliz, para mim, como se antecipar o gosto e prazer de abrir um "Barca Velha" ou ouvir alguma peça musical de Liszt, que nunca tivesse escutado.
Por isso, dou notícia da recente saída de "A Poesia do Pensamento", de George Steiner e recomendo a sua leitura. Numa edição da Relógio D'Água, com tradução de Miguel Serras Pereira que, desde logo, assegura profissional qualidade.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Recomendado : Três - George Steiner


"É bem possível que a erudição mais elevada seja tão rara como a grande arte ou a grande poesia. Alguns dos dotes e qualidades que exige são óbvios: uma capacidade de concentração excepcional, uma memória poderosa mas minuciosamente precisa, finura e uma espécie de cepticismo piedoso a manejar a demonstração e as fontes, clareza na apresentação. ..."
(George Steiner, in "George Steiner em The New Yorker", pg. 271)

Eu gosto do vento. Acho que sempre gostei do vento, mesmo quando ele é agreste, como numa noite de Agosto, em Blankenberge que, de tão frio, me chegou aos ossos. Perdôo-lhe essa algidez tão intensa, que quase me pareceu mortal: precisa, certeira, no limite. Sem agasalho nenhum, nessa praia do Mar do Norte.
O pensamento de George Steiner (1929) é, também, preciso e certeiro no seu objectivo, mas não será final. Se E. M. Cioran, depois de Camus, foi meu guia (até por oposição) desde meados dos anos 60, Steiner continua a ser, felizmente ainda vivo, o meu mestre de ideias, de itinerário, de aviso, nesta viagem que se acaba com a morte. Porque transmite a sua lucidez de espírito que se vai reflectir no leitor, mas também essa alegria, juvenil ou madura (pouco importa) de viver. Aconselho, por isso, vivamente o livro "George Steiner em The New Yorker", da Gradiva, com excelente tradução de Miguel Serras Pereira e Joana Pedroso Correia, saído em Junho deste ano da graça de 2010.