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quarta-feira, 17 de maio de 2017

Idiotismos 41


Consolem-se, que hoje as palavras estranhas, ou regionalismos, vão ser do domínio da gastronomia. E, para mais, do Minho. Alto, quer-se dizer, que as li pela primeira vez num livro de um poeta vianense, que era também bom garfo e apreciava a boa mesa - António Manuel Couto Viana (1923-2010). O volume, que gentilmente me foi oferecido pelo meu bom amigo H. N., com dedicatória do seu autor, tem o título saboroso de Bom Garfo & Bom Copo (Vega, 1997). 
Vamos, então, aos idiotismos. Os primeiros que me apareceram são alcunhas minhotas da estimada Lampreia, ciclóstomo que costuma aparecer por Fevereiro e Março, ciclicamente, para prazer dos gourmets e não só, nas suas mesas. Pois, no Alto-Minho, chamam-lhe também: chupa pedras e flauta de sete olhos, por razões do seu habitat, mas também do seu aspecto físico. Assim seja, à moda minhota, como a provei este ano, ali para os lados do Areeiro, à bordalesa. E boa que ela estava!
Quanto ao pentear do vinho, diz-nos Couto Viana, recorrendo a José Pedro Machado e ao seu Dicionário, que é: deixar "o vinho encorpado estrias e rubis ao longo das paredes internas da tambuladeira ou malga de prova." A tijela, ou malga, claro, serão minhotas.
E, hoje, por aqui me fico.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A. M. Couto Viana (1923-2010)


Houve tempo em que, de jornais perecíveis e fugazes, muito diversos, eu recortava e guardava aquilo que me dizia alguma coisa ou de que gostava. Isto, sobretudo, nos idos de 60 e 70, principalmente.
Na altura, e da página literária do Diário de Notícias, gostei deste poema de Couto Viana (1923-2010), bom declamador e estimável poeta, que era acompanhado por um desenho de Mário de Oliveira.
Hoje à tarde, reencontrei o recorte, semi-perdido, por entre as páginas de um estudo sobre Fernando Pessoa. E aqui o deixo, para que se não perca, de vez.
É só clicar, por cima, para aumentar. E ler.

sábado, 4 de agosto de 2012

Curiosidades 58 : junqueiriana, com retrato


É sabido que Guerra Junqueiro (1850-1923), a partir de certa idade, viveu com certo desafogo económico que lhe permitiu, até, constituir uma colecção de Arte que, hoje, se pode observar na sua Casa-Museu, em pleno Porto. Mas os seus princípios de vida terão sido medianos. Segundo conta António Manuel Couto Viana (Gentes & Cousas d'Antre Minho e Lima, Viana do Castelo, 1988), por isso mesmo, João Penha, em Coimbra, lhe dedicou esta saborosa quadra:

Em Freixo-de-Espada-à-Cinta
Nasceu um novo Camões:
Sua mãe, D. Jacinta,
Negociava em melões.

Mas, ao que parece, nem tudo era exacto. Segundo informa Couto Viana, o nome da mãe de Junqueiro não era Jacinta, mas Ana Maria. O que é certo é que o Poeta terá casado rico, com uma abastada herdeira de Viana do Castelo. Socorrendo-me ainda da obra referida acima, o confrade nas letras, Gonçalves Crespo, em palavras, traçou-lhe, assim, o retrato: "...Olhos de um pardo vivo, brilhante...A fonte escantoada...o cabelo curto, corredio, negro; o nariz um pouco pronunciado, ligeiramente aquilino; o bigode áspero e pequeno como o de Scaramouche desguarnece os cantos de uma boca francamente rasgada e onde bastas vezes desabrocha a flor doentia e satânica do sorriso de Voltaire. O queixo ousado e enérgico; as mãos compridas, ósseas e fortes. Junqueiro é baixo como Horácio..., todavia no seu pequeno corpo esbelto, a linha ondeante e elástica dum «capitán» sanguíneo e resoluto."