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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Do que fui lendo por aí... 49

 

Não levo muito a sério as descrições de refeições ou receitas surgidas em livros de cariz policial. Mas há que referir o facto de que raramente um detective tem um cozinheiro particular em casa, como é o caso de Nero Wolfe, figura central dos policiais de Rex Stout (1886-1975). Invariavelmente, o detective de ascendência montenegrina, acompanha as refeições, ainda que sofisticadas de Fritz, com cerveja. O que, no meu entender, revela um certo mau gosto de eventual "gastrónomo", provável contágio de quem vive na América, já há muito. Pior seria, no entanto, que acompanhasse com coca-cola, esta refeição que vem descrita na página 151 (capítulo 14), de Crimes em Série (Vampiro, nº 564) que ando, intermitente, a ler há meses. Aí vai:

"Passámos o resto do dia em conferência, exceptuando o tempo para as refeições. As refeições foram deprimentes. Os borrachos marinados em natas leves, envoltos em farinha temperada com sal, pimenta, noz-moscada, tomilho e bagas de zimbro esmagadas, salteados em azeite e servidos sobre uma tosta, regados com geleia de groselha e molho de natas ao Madeira, são um dos petiscos preferidos de Wolfe, geralmente consome três, mas já o vi comer quatro. Nesse dia, eu (Archie Goodwin) quis ir comer para a cozinha, mas não. Tive que me sentar e comer os meus dois borrachos, enquanto ele debicava sombriamente as suas ervilhas, com salada e queijo. A refeição ligeira da noite de domingo foi igualmente má. Ele come geralmente qualquer coisa barrada com queijo e anchovas ou pâté de foie gras ou arenques em molho de natas azedas, mas, aparentemente, o voto incluía o peixe. Comeu bolachas com queijo e bebeu quatro chávenas de café. Mais tarde, no escritório, comeu uma taça de pecans e depois foi à cozinha buscar uma escova e uma pá para limpar as cascas que estavam sobre a secretária e o tapete."

Uma bela salgalhada, sem dúvida! Foi por isso que eu referi, no início do poste, que: não levava muito a sério as descrições de refeições  nos romances policiais.

sábado, 10 de outubro de 2020

Da leitura 39

Raramente deixo finalizar na despensa os policiais por ler.  Depois dum interregno alongado, tinha acabado de ler, há dias, um Rex Stout (Clientes a Mais, Vampiro 559) sofrível, que me demorou vários dias a finalizar, apesar do Nero Wolfe. Resolvi, por isso, jogar pelo seguro, no livro seguinte.


Calhou a vez a Agatha Christie (1890-1976) e à colecção XIS, da Editorial Minerva (nº 35),  intitulado Crime na Mesopotâmia, editado em 1943. A capa é de Edmundo Muge e a tradução de Baptista de Carvalho. A edição inglesa original saíu em 6 de Julho de 1936. E, menos de duas semanas depois (18/7/36)!, o TLS publicou uma crítica favorável sobre este romance policial.


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Favoritos LVIII : Rex Stout



Nascido a 1/12/1886, Rex Stout foi um autor americano de grande sucesso, sobretudo em romances policiais. Mas escreveu também ficção e publicou até um livro de receitas culinárias. Os seus policiais tinham títulos tão sugestivos que o pintor belga René Magritte aproveitou um ou outro como inspiração para nomear os seus quadros. A personagem emblemática dos policiais de  Rex Stout é o detective Nero Woolfe (com o ajudante e narrador Archie Goodwin), de vaga ascendência balcânica, obeso, gourmet apreciador de cerveja, e fervoroso criador de orquídeas. Rex Stout foi muito traduzido em Portugal. E creio que posso afirmar que os 46 policiais, em que entra Nero Woolfe, têm todos versão portuguesa. Rex Stout morreu em 1975.
Em imagem, as capas de dois policiais traduzidos: o nº 164 da colecção Xis (Minerva, 1966) e o nº 673 da Colecção Vampiro (Livros do Brasil, 2003), repectivamente de Edmundo Muge e A. Pedro.