... "mas a moeda é boa"
Nada melhor que o dia de hoje para falar de um artigo, oportuno e lúcido, do antigo chanceler Helmut Schmidt, publicado no DIE ZEIT do passado dia 7 de Maio. Helmut Schmidt salienta, e bem, que estamos perante uma crise da UE e não uma crise do Euro. Relativamente à moeda única, Helmut Schmidt justifica a epígrafe, entre outros, com o argumento de o euro ser uma moeda mais estável que o dolar americano, aduzindo, ainda, que o euro representa 30% das reservas mundiais de moeda face ao dolar americano com 60 %.
Ao realçar que a crise financeira é global, atribui responsabilidades aos E.U.A. e ao Reino Unido.
[Destaque nosso: O senhor George Osborne, conservador e actual Ministro das Finanças do Reino Unido, em declarações infelizes, com data de 8.5., sobre o apoio financeiro a Portugal, ignora as responsabilidades do seu país.]
Helmut Schmidt, com a clareza e a frontalidade que lhe são próprias, conclui esta parte da argumentação com uma sentença certeira. Os governos têm de compreender que os bancos e os institutos financeiros devem ter como objectivo estar ao serviço da economia produtiva e da sociedade que trabalha e poupa.
Ainda a propósito do dia da Europa, é evidente que o antigo chanceler, profundo conhecedor da História da Europa, defende a necessidade da UE. Um dos argumentos, de maior peso para mim, é que a Europa não enfrentou, nas últimas seis décadas, uma guerra em grande escala.
O antigo chanceler deixa também um aviso aos governantes do seu país, exortando-os a não sobrevalorizarem a sua posição a fim de evitar a irritação dos estados vizinhos, designadamente com a sobranceria alemão, aliada, frequentemente, a atitudes pedantes e seguindo caminhos solitários.
A crítica fnal é para a maioria dos governos da UE que, em vez de compreenderem a necessidade de uma estratégia de longo prazo, não resistem, na política interna, à tentação de um populismo de cariz nacionalista e egoísta.
Post de HMJ
Assertivo, como sempre.
ResponderEliminarA Europa - e o mundo - seria diferente se à sua frente tivessemos homens desta qualidade.
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