sábado, 7 de maio de 2011

Linhagens 5

Papel fino e último episódio tipográfico

Para a impressão dos chamados "Akzidenten", i.e., cartões de visita, cartões e papéis de correspondência pessoal, havia, na tipografia de que temos vindo a falar, uma quantidade de amostras de papel, sobrevivendo alguns exemplares no nosso acervo pessoal. Há, no entanto, um que fazia (e faz) as nossas delícias: um papel feito segundo o processo manual, com as linhas e a marca de água.



Dos vários impressos para a nossa correspondência pessoal sobraram apenas restos, excepto do último trabalho do compositor: uma caixa inteira, em papel fino, "Poensgen & Heyer - Römerturm ECHT BÜTTEN". Como o tipo de letra era escolhido em função do sexo, da idade e do estatuto social do cliente, o compositor achou que os últimos trabalhos para nós já podiam ser impressos com o tipo FRAKTUR, tratando-se, no caso em reprodução, da Unger Fraktur e da Andreae Fraktur.



Episódio para memória futura

Um dos trabalhos mais frequentes, e urgentes, eram os impressos de participação de falecimento. Após um breve contacto telefónico para a tipografia, era hábito levar, no próprio dia, uma caixa de envelopes, sem impressão, ao cliente, a fim de iniciar a dolorosa tarefa de comunicar o transe. Ora, um dia, o compositor colocou, ainda em finais dos anos cinquenta do século passado, a caixa com os envelopes no suporte traseiro do seu motociclo como, aliás, costumava fazer. Ao atravessar uma das pontes sobre o Reno - a Mülheimer Brücke, na imagem - a caminho de casa, o tampo voou, espalhando-se cerca de 500 envelopes pelo ar perante o olhar espantado dos restantes condutores.



Post de HMJ
Esta secção sobre tipografia é dedicada a JAD, por motivos óbvios.


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