Pergunto-me, às vezes, porque é que uma obra de arte mantém a sua perenidade estética e fascínio, apesar da evolução dos estilos no Tempo, e de novas escolas que muitas vezes se vão contrariando, e até opondo, na forma e processos. É obvio que não tenho, para mim, uma resposta completamente satisfatória, apenas ensaio pequenas explicações parcelares para o facto. Por outras palavras, Mário Dionísio, em "Introdução à Pintura" (1963), põe a mesma questão em evidência. Passo a citá-lo: "...Cada estilo não é um progresso em relação ao estilo precedente. E, ainda dentro de cada estilo - eis o ponto importante -, uma obra mantém o seu valor estético total depois de aparecerem novas obras onde se foi mais longe na consecução de certos objectivos já presentes naquela. A beleza e o valor expressivo da Aparição de S. Francisco de Giotto mantêm-se inalteráveis depois de O Tributo de Masaccio, como a beleza e o valor expressivo de O Tributo depois da Ceia de Leonardo. Ninguém poderia provar que Rembrandt inutilizou Rafael ou que Delacroix tornou Watteau obsoleto. Que depois de Renoir, Courbet não conta. Nem sequer que uma cabeça grega ou um mosaico de Ravena são arcaísmos."
para H.N..
Nota: os quadros em presença, lado a lado, em imagem, são de Velásquez (Retrato do Papa Inocêncio X) e Francis Bacon, respectivamente, e distam entre si, cerca de 300 anos.
É verdade, tocamos o mesmo assunto. O problema no Weistling é que ele é de facto obsoleto, contrariamente aos artistas citados por M. Dionísio.
ResponderEliminarAbsolutamente de acordo.
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