Uma das poucas medidas de austeridade, com que estou de acordo, à partida, com este Governo, é na extinção de algumas freguesias portuguesas. Mas a questão não pode , evidentemente, ser vista apenas em função do número de residentes. Se, nas cidades principais e do litoral, nos últimos anos, a proliferação foi em muitos casos demagógica e excessiva, no interior, cada vez mais envelhecido e desertificado, elas cumprem, muitas vezes, uma acção social meritória de aconselhamento, apoio e informação, importante. Foi por isso que vi, com simpatia, a manifestação que as freguesias fizeram, em Lisboa, alguns dias atrás, com grande vivacidade criativa e com equilíbrio no seu protesto.
Dito isto, quero referir uma constatação objectiva, precisamente como contraciclo de atitude. Vivo nesta freguesia outrabandista há mais de 30 anos. Fui à Junta de Freguesia umas 4 ou 5 vezes, para resolver assuntos, normalmente, burocráticos. Escrevemos seis ou sete vezes para protestar por decisões abusivas que tinham o seu beneplácito - não resolveram ou não deram seguimento. Pois, desde Dezembro passado, nunca vi a minha junta de freguesia tão dinâmica, tão afectuosa, tão pródiga em iniciativas, tão informativa e anunciadora, tão prestável e panfletária, tão próxima e presente. Parece que mudou de rosto...para salvar a pele.
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