Já lá vão os tempos em que, com depreciações de "radical" ou "intransigente", procuraram calar uma voz que tentava desenvolver um pensamento próprio num panorama de ensino cada vez mais acrítico e alinhado.
Do mesmo modo, a comparação estabelecida, no título, pode parecer "radical" para aqueles que, por comodidade ou ignorância, preferem não interpelar os sinais do tempo.
Sucede que o grupo JM, na tentativa de concentração desenfreada e aproveitando um momento de crise, vai lançar mais uma campanha para combater "a fome de séculos". No entanto, e contrariando algumas almas bem intencionadas, a "fome" é mais espiritual que material, porque a implantação das lojas da cadeia JM se situa mais em zonas abastadas do que remediadas.
Quem perde é a liberdade individual e a democracia. O ataque da JM aos produtores e ao pequeno comércio encaminha-nos, a prazo, a uma liquidação na variedade de escolha de produtos alimentares, como, aliás, aconteceu na Alemanha.
O que une, então, um "penteadinho", abastado e um arrumador "remediado", i.e., dois fenómenos, aparentemente, tão díspares? Pura e simplesmente o mesmo expediente: furar com descontos/promoções/moedinhas a autoridade do Estado, ou seja, ludibriar as entidades competentes que se acomodaram ao fenómeno. Quem perde é a Democracia e o direito do cidadão à livre escolha e ao uso do espaço público sem restrições indevidas.
E como a "fome espiritual" vem de cima, encontra-se "gentinha" a entregar a chave da viatura ao arrumador para escapar ao pagamento do estacionamento ou com medo do "risquinho" no carro. Existe melhor para exemplificar o "perfil" do consumidor "abastado" ou com vontade de o imitar, na rua ou nas lojas da JM ?
De facto, a intransigência tem custos. Cortar, radicalmente, com este tipo de expedientes que são flagelos de um entendimento perverso da Democracia e que, aos poucos, vão minando a nossa liberdade, limitando a variedade no uso e no fruto dos bens e na circulação no espaço comum.
Post de HMJ
Amarga ironia.
ResponderEliminarPara MR:
ResponderEliminarInfelizmente, há dias em que não dá para mais.