Da cidade africana, em 11/12/1926, escrevia Manuel Teixeira Gomes (1862-1941), dizendo:
"...Pela vida fora pouco me tem atormentado a saudade, sentimento que, afinal, não é exclusivo de portugueses mas ao qual o português, mais choramingas que os outros povos, se pega como se fosse a guitarra. O presente sempre me trouxe entretido e enlevado e, se dele desviava o pensamento, era para prever e fantasiar o que seriam os encantos do futuro. Sinto-me morrendo lentamente com esta constante evocação do passado; demasiado me comprazo em olhar para trás: é a impotência de quem nada tem já a criar. No dia em que se me acabar a curiosidade do futuro, (que mais não seja do dia seguinte) e eu não tiver olhos, nem pensamento, senão para o passado, estará consumada a minha verdadeira morte, e não serei mais do que um cadáver ambulante...Como vê não estou hoje nos meus dias cor-de-rosa! ..."
Nota: Manuel Teixeira Gomes nasceu em 27 de Maio de 1862. Exactamente, há 150 anos.
Lindíssimo o texto.
ResponderEliminarToda a carta é interessante, Margarida.
ResponderEliminarUm bom domingo!
Gosto de MTG. Quero muito ir à Argélia, só que não está fácil.
ResponderEliminarPor várias razões... Estranhei não se falar nele, até pelo número redondo.
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