Quando soube que o primeiro avião, que levava François Hollande para se encontrar com Angela Merkel, fora atingido por um raio, perguntei-me se S. Pedro não seria de Direita. Ou se não queria que os dois se encontrassem. Felizmente, o segundo avião chegou a Berlim, normalmente, embora com 2 horas de atraso.
Precisados e sedentos que estamos, europeus, de um projecto mobilizador e de uma nova forma de solidariedade, será no entanto prudente não pensar, sebastianicamente, que o Presidente francês vai resolver todos os problemas. Já bastou a esperança desmesurada, hoje desvanecida, que se depositou em Obama (aliás, são os dois do mesmo signo: Leão). Não quero, com isto, dizer que estou céptico. Alguns aspectos simbólicos da sua tomada de posse e a escolha do PM (Jean-Marc Hayroult, antigo professor de alemão) permitem pensar com um ligeiro optimismo, e aguardar, com atenção, novas medidas.
Mas por outro lado há sinais, no tempo, que não apoiam nem sustentam grandes euforias. Ainda ontem, dramática e suicidariamente, os gregos levantaram 800 milhões de euros, dos seus bancos, para os aplicarem na dívida alemã, que é considerada segura...
No meio deste calor e desta pressão, sendo embora difícil, convém ter a cabeça fria e os pés assentes na terra.
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