quinta-feira, 31 de maio de 2012

Em defesa da dignidade do ser humano



Em princípio, seria dispensável que um cidadão europeu se sentisse na obrigação de recordar aos seus Presidentes – da Comissão e do Conselho – o artigo primeiro da Carta dos Direitos Fundamentais da UE, que reza assim: “A dignidade do ser humano é inviolável. Deve ser respeitada e protegida.”
Ora, nas recentes Recomendações Anuais de Política Económica e, sobretudo, nas declarações subsequentes da Comissão Europeia sobre a necessidade de “baixar os salários em Portugal” deve ter havido em “esquecimento” relativamente ao princípio acima mencionado.


Traduzindo a revolta subjacente perante uma ofensa tão descarada, dir-se-ia que tanto o Presidente da Comissão como o seu Comissário Olli Rehn não sabem o que significa viver com o salário mínimo nacional em Portugal. 
Falar em reduzir ainda mais o sustento a uma larga parte da população portuguesa, é uma violação do direito à dignidade do ser humano. Não será, certamente, para aqueles que construíram a sua carreira política nacional e europeia à margem de um qualquer trabalho produtivo, ou para  os  “Kaufmänner" [= homens de compras, sic] que, como ontem, invadiram o país à procura das pérolas portuguesas para comprar.
Perante o exposto, e no pleno direito à liberdade de expressão, endereço ao Presidente e o Comissário uma Recomendação:
- em defesa da dignidade do ser humano, no espaço europeu, estabelecer, como pretende o Presidente da República Francesa, o máximo de 20 salários para os CEO’s;
- implementar uma “reforma estrutural” que impeça, de vez, a fuga de capitais, de impostos e o “negócio” obsceno dos especuladores que vivem da sangria dos cidadãos.
Remate final: não tenham receios, os CEO’s não emigram, porque não existem tantas vagas lá fora como dentro do país, por enquanto.

Post de HMJ

Sem comentários:

Enviar um comentário