Em princípio, seria dispensável
que um cidadão europeu se sentisse na obrigação de recordar aos seus
Presidentes – da Comissão e do Conselho – o artigo primeiro da Carta dos
Direitos Fundamentais da UE, que
reza assim: “A dignidade do ser humano é inviolável. Deve ser respeitada e
protegida.”
Ora, nas recentes Recomendações
Anuais de Política Económica e, sobretudo, nas declarações subsequentes da
Comissão Europeia sobre a necessidade de “baixar os salários em Portugal” deve
ter havido em “esquecimento” relativamente ao princípio acima mencionado.
Traduzindo a revolta subjacente
perante uma ofensa tão descarada, dir-se-ia que tanto o Presidente da Comissão
como o seu Comissário Olli Rehn não sabem o que significa viver com o salário
mínimo nacional em Portugal.
Falar em reduzir ainda mais o sustento a uma larga
parte da população portuguesa, é uma violação do direito à dignidade do ser
humano. Não será, certamente, para aqueles que construíram a sua carreira
política nacional e europeia à margem de um qualquer trabalho produtivo, ou
para os “Kaufmänner" [= homens de compras, sic]
que, como ontem, invadiram o país à procura das pérolas portuguesas para
comprar.
Perante o exposto, e no pleno
direito à liberdade de expressão, endereço ao Presidente e o Comissário uma
Recomendação:
- em defesa da dignidade do ser
humano, no espaço europeu,
estabelecer, como pretende o Presidente da República Francesa, o máximo de 20
salários para os CEO’s;
- implementar uma “reforma
estrutural” que impeça, de vez, a fuga de capitais, de impostos e o “negócio”
obsceno dos especuladores que vivem da sangria dos cidadãos.
Remate final: não tenham receios,
os CEO’s não emigram, porque não existem tantas vagas lá fora como dentro do
país, por enquanto.
Post de HMJ
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