Não conheço, suficientemente, o poeta Choi (ou Choé) Seung-ho (Coreia do Sul, 1954), senão através de uma pequena antologia de poemas, traduzidos por Kim Chang-kyum de colaboração com Claude Mouchard, que integram a revista francesa Po&sie (nº 88). Poemas que revelam uma aguda consciência do fenómeno poético, em si, e uma grande capacidade de atenção realista às pequenas coisas da vida. Assim, por gosto pessoal e em terceira mão, aqui partilho e traduzo "poème":
- a língua
- os escritórios
- o papel branco (ou computador)
- a caneta (ou os dedos)
- o autor
- o livro, como por exemplo, "Tratado do meio" de Nagarjuna
- a leitura
- a noite
- o objecto poético, por exemplo, o agradável boneco de neve
- os dicionários
- as recordações
- um pedido de originais, de remuneração, de direitos de autor
- das revistas
- dos editores
- os críticos ou leitores
- a história da literatura coreana
- os sábios
- a imprensa
- a cadeira
- a gramática
- etc.
Sobre a força do impulso das coisas que não são a poesia, existe o poema que culmina do mesmo modo que a extremidade do aicebergue.
Um pouco estranho. Pelo menos em português. Pode ser que em coreano "soe" de outro modo.
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