sexta-feira, 25 de maio de 2012

Alcunhas e cognomes


Um cognome acaba, muitas vezes, por historicamente marcar um carácter, para a posteridade, muito embora não seja exacto ou não corresponda à maneira de ser do assim nomeado. Tudo depende da perspectiva de quem o alcunhou. O nosso rei D. Pedro I é um bom exemplo deste facto, até por lhe serem aplicados 2 cognomes, opostos: o cru, ou o justiceiro - consoante o ponto de vista que se possa ter das suas acções humanas. Também a católica rainha inglesa Maria I foi apelidada de "bloody (sanguinária)" pelos britânicos que, entretanto e maioritariamente, se tornaram protestantes. Tivessem eles mantido a religião católica e, se calhar, o cognome da rainha teria sido: piedosa...
O imperador do Sacro-Império germânico Frederico I (1122?-1190) tem ligado ao seu nome o apelido de "Barbarossa", que não é verdadeiro. Segundo testemunhos coevos, a barba do imperador era loura, bem como o cabelo, e não ruiva ou roxa... A alcunha foi-lhe posta, já postumamente, pelos seus adversários italianos, para sugerir um temperamento colérico - que ele não tinha, apesar de ter sido um valente guerreiro. Terá passado grande parte da sua vida, não em palácios, mas em tendas de campanha de batalhas. Também fez Cruzadas. Mas tinha, ao que parece, uma índole equilibrada e um modo sereno. Dando fé aos seus contemporâneos era um "homem bem parecido, de altura média, nariz proporcionado e dentes brancos".

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