Pouco depois de eu chegar, ontem, e de abrir a janela, já ele lá estava, e acabou bem tarde. Quando o negro dele se confundia com o escuro da noite, e eu já não conseguia distingui-los. Hoje, de manhã, lá está de novo, na antena mais alta, madrugador compulsivo, no seu destino de cantar.
Aqui defronte, o melro desafia, negro e fresco, o dia macambúzio e pardo. Pausa os trinos e aproveita para afiar o bico no metal da antena, mas não pára de cantar. Parece dono do horizonte. Foi pena que Josquin Des Prés não tivesse, na canção, substituído o grilo por: o melro "é bom cantor"...
Imagino, porém, que deve haver uma mélroa dedicada que lhe vai fazendo o trabalho de casa. Ou arrumando o ninho, para que ele possa cantar assim livre de cuidados e tão despreocupado.
O que seria dos melros sem mélroas? :-)))
ResponderEliminarMuito bem observado, MR..:-)))
ResponderEliminartalvez tivesse empregadas domésticas....
ResponderEliminarE as mélroas não serão boas cantadeiras? [Agora me lembro que, no reino dos pássaros, cantar é privilégio de macho... :-)]
ResponderEliminarNão creio, JAD. Em aves, só a pega, que me lembre, usa serviços alheios..:-)
ResponderEliminarEm bom rigor, c. a., não sei se há cantadeiras, na fauna aérea. E é pena..:-)