quarta-feira, 2 de maio de 2012

Bairros de má fama


Aqui há uns bons anos, em Agosto de 1973, creio, para melhor conhecer Londres, passeei sem destino, uma tarde, até me encontrar num dédalo de ruas povoado por uma fauna particular, por vezes, exótica que me olhava como se, também eu, fosse um bicho estranho. Era o Soho - só depois o soube. Em 2008, aconteceu uma situação semelhante, em Barcelona, embora, de 10 em 10 minutos, passasse um carro, com "mozos de escuadra" que nos davam uma sensação de maior segurança. Era o bairro de Raval, onde abunda a prostituição, e muita gente árabe e do norte de África reside. Sobre o Bairro Alto, já sabemos o que foi. E o que é hoje, todo in.
Pois no último TLS (nº 5690) vem um artigo de página inteira, intitulado: Sex, dance and salami - but no drugs, em que se fala dos 130 acres de Londres, entre Marylebone, Convent Garden, St. James e Mayfair, ou do Soho, propriamente dito. O jornal refere que a zona, ainda em 1956, considerada "the sanctuary of political refugees, deserters, prostitutes...and pimps", é hoje um bairro chique apetecido, cosmopolita, centro de inovação culinária, discotecas de vanguarda e moda, muito procurado pelos londrinos e turistas informados.
Mudam-se os tempos...tudo se recupera. Qualquer dia, ainda assistiremos à transformação do Raval de Barcelona, em zona in, tal como o Bairro Alto e o Soho.

3 comentários:

  1. A Chueca em Madrid.
    E o cúmulo dos cúmulos: o Harlem em Nova Iorque é hoje uma zona super chique. Há anos havia casas de banho, transportes, etc., diferentes para brancos e negros. Hoje os brancos instalam-se num bairro de negros. Antes assim!

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  2. E os antigos bairros operários transformados em condomínios de luxo, como o Bairro Bagatela?

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  3. Pois é, o Bagatela!...Chueca, não conhecia eu.
    Creio que isto se prende com o imobiliário e preços. Imagino que os jovens, com pouco poder de compra, vão para bairros baratos, decadentes, vão chamando outros e, às tantas, vão re-criando estruturas próprias, lojas e diversões à sua medida, etc... A Praça de Santiago, em Guimarães, é outro caso exemplar, embora não tivesse labéu de má fama, mas apenas de pobreza e alguma decadência nas casas.

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