sexta-feira, 3 de junho de 2011

Claustrofobia na paisagem


As pessoas enclausuram-se nas suas casas, fecham-se sobre si, marquisam-se de vidros e estores pelas varandas que já não dão directamente para o ar livre e para a liberdade do vento e da chuva. Mas depois eu vejo-as, em frente, sufocadas e inquietas, vir respirar pelas "ameias" envidraçadas e feias, por entre roupa a secar, e espaços desarrumados, caóticos e poeirentos, o ar fresco da noite que começa. E voltam, depois, a enclausurar-se na noite escura das casas tristonhas, porque ganharam (?) 4 ou 6 metros quadrados de clausura claustrofóbica e cinzenta. "Abençoados os pobres de...", como diz o Novo Testamento.

5 comentários:

  1. Já vi marquises onde dormem pessoas. Para mim foi o meu primeiro atelier. Não são bonitas, mas feia mesmo é a especulação imobiliária, as 250 mil casas vazias (apenas em Lisboa) que os donos das marquises nunca poderão ocupar, nem que se endividem a 40 anos...

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  2. Palavras reais e de sabedoria, com as quais concordo, mas há também, por vezes, uma ganância de espaço que nada justifica.

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  3. Vivemos num país que elegeu um PR que também se marquisisou (estará bem?).

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  4. A minha pergunta tem a ver com a grafia. :)

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  5. Eu talvez preferisse "marquisou", MR, mas o aportuguesamento tem sempre problemas...:-))

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