segunda-feira, 13 de junho de 2011

No 6º aniversário da morte de E. de A.


Terra: se um dia lhe tocares
o corpo adormecido,
põe folhas verdes onde pões silêncio,
e sê leve para quem o foi contigo.

Dá-lhe o meu cabelo para sonho,
e deixa as minhas mãos para tecer
a mágoa infinita das raízes
que um dia no seu corpo hão-de beber.

Eugénio de Andrade, in As Mãos e os Frutos.

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