Esqueçam a imagem que coloquei ( e a devida vénia ao Bloguer a quem a roubei) e que apenas sirva de vaga sugestão de aquilo que eram as cascatinhas da minha infância. Os pequenos bonecos eram muito mais toscos e rudes. O cenário, como o próprio nome indica (cascata), era vertical e não horizontal - como se fora uma colina, com socalcos para os Santos e figuras, ou um pequeno altar, à porta de casas modestas. Ou pobres. E havia um ou dois ganapos, normalmente, descalços, sentados à beira, que esganiçavam a voz sempre que passava um transeunte. Gritavam: "Um tostão para a cascatinha!"
Na véspera do Santo António, na noite de S. João, hoje(-antigamente), no dia de S.Pedro. Com dez tostões podiam-se comprar muitos rebuçados, ou então 2 dropes ingleses (que eram uma tentação!) na Confeitaria Colonial, da Rua da Rainha. As cascatinhas eram uma espécie de Presépio fora de tempo. Mas para aqueles rapazitos pobres e descalços, embora católicos (fosse lá o que isso fosse nas suas pequenas cabeças), era uma forma expedita - e bonita, digo eu - de ganhar uns cobres e comprar uns rebuçados de tostão.
Em Lisboa havia (ainda deve haver) os altares de Santo António, nos bairros populares.
ResponderEliminarAs cascatinhas eram menos monumentais, e mais pobrezinhas, mas bonitas.
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