"...Não é do português o gosto da especulação abstracta, ou da religiosidade entranhada, ou da imaginação fecunda. O que é nosso sem fingimento move-se numa terra de sentidos despertos. Tudo o que em nós é voo, e sobe às vezes muito alto, tem no corpo o seu nascimento primeiro, e não perde nunca o sabor das fontes. Aquilino usou, para nos caracterizar, de uma expressão brutal mas certeira: o melhor do país cheira a estábulo. A frase tem uma abertura enorme, mas sempre no sentido da terra, dos instintos, do calor animal."
Eugénio de Andrade, in Rosto Precário.
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