Mesmo que nos custe, depois, subir de novo os degraus até à superfície, com a idade, há uma tendência, maior ou menor, para descer à cave. Ver os estragos causados pelo tempo, inventariar o que se salvou e, com sorte, reviver a surpresa de alguma coisa esquecida que nos traz boas recordações. A memória tem destas coisas e, com a velhice, há o fascínio de se fechar o círculo, ou de tentar compreender melhor o que se passou. Reavaliar o tempo. Dizia José Gomes Ferreira que "viver sempre também cansa", expressando a sabedoria da experiência.
Pois acontece que, anteontem, no meu alfarrabista de referência, fui encontrar, inesperadamente, um pequeno molho ( 12, 15?) de fascículos das "Aventuras do Capitão Morgan" (Leituras Antigas I, de 24/5/2010, aqui no blogue), em muito bom estado. Uma leve emoção veio-me à cabeça, e à pele. Vi-lhes as capas sugestivas, com atenção afectuosa, como se fosse menino. E como o preço era justo, escolhi 6 deles. A memória funcionou bem, porque quando cheguei a casa verifiquei que apenas um era repetido, em relação aos que eu tinha e lera há mais de 50 anos.
Capas giríssimas.
ResponderEliminarVim a descobrir, sem garantia de rigor, que os fascículos se devem a Mário Domingues e Roussado Pinto. Não consegui saber quem foi o autor das das capas que, MR, também acho interessantíssimas.
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