Pedala em Mafra, na marquise, mas pelo contador da bicicleta fixa ultrapassou os 20 quilómetros, e já poderia estar na Ericeira. Vai fazer quarenta anos, e uma barriguinha recente começou a despontar: sequelas da Débora e do Franco que ouve, ao lado, brincando; do pouco exercício físico, ela, que fora corredora de fundo. E, também decerto, dos sonhos que se foram esboroando, em definitivo.
Vai desentendendo o mundo, vai ficando mais amarga, a casa parece-lhe cada vez mais escura, as manhãs mais negras... A irmã, emigrante na Alemanha, hoje, por telefone disse-lhe que o E. coli, afinal, parece que veio das alfaces da Baviera (que é feito da exactidão germânica?), quando antes o ligavam aos pepinos espanhóis; o Raúl contou-lhe que a Bélgica completou um ano sem governo e está em gestão indefinidamente (será possível?). De repente apetece-lhe, e quer entrar num combóio para nenhures e encontrar alguém desconhecido, que se senta em frente, no compartimento. Pelos vidros da marquise vê a Lua Cheia ainda pouco iluminada. O contador da bicicleta fixa, marca 25 quilómetros de exercício. Seja do suor ou não, o olhar de C. fica-lhe trémulo e parece humedecido.
para HMJ, mas sem qualquer exactidão...
Parece que não é só a alface. São vários, segundo jornal francês, os produtos provenientes de uma produtora biológica (?!) alemã. Fiquei pasmado.
ResponderEliminarDeve ser interessante viajar e conversar com desconhecidos da carruagem de comboio.
Sou calado de mais para conseguir falar com o outro passageiro.
Realmente, a gama de legumes foi-se alargando e as proveniências, também. Deixam-me perplexo estas conclusões científicas e cada vez mais abrangentes...
ResponderEliminarE, em aviões, nunca?, JAD.
«Pedala em Mafra, na marquise, mas pelo contador da bicicleta fixa ultrapassou os 20 quilómetros, e já poderia estar na Ericeira.» Texto divertido. :-)
ResponderEliminarMuito obrigado, MR, :-)...
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