segunda-feira, 6 de junho de 2011

As mansardas de Lisboa


É um azul cinzento, com áreas deslavadas, que cobre a outra margem. As andorinhas dispersam-se em voos erráticos, um pouco tolos, baixos sobre o rio. Talvez prenunciando a chuva ou procurando, à tona da água, os raros insectos que lhes dão sustento. As nuvens correm para Sul, pelo céu pardo, e um casal de pombas, de um castanho sujo, namora-se revolteando na mansarda, em frente.
Soube, hoje, também a origem da palavra mansarda (ou águas-furtadas): vem do nome do seu inventor, Francisco Mansart que, durante o reinado de Luís XIV, as terá começado a construir.
E começou, agora, a chover sobre as mansardas de Lisboa. As andorinhas desapareceram de todo, o cinzento azulado vai-se intensificando com a aproximação da noite.

2 comentários:

  1. É verdade. Curiosamente, MR, sempre pensei que a palavra era genuinamente portuguesa...

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