terça-feira, 21 de junho de 2011

Pinacoteca Pessoal 13 : Pedro Chorão




Coimbra, 1945, Abril. Lisboa e, depois, Liverpool, Paris, Cabo Verde, Lisboa e Paris, de novo. O Porto, por um ano breve, numa pintura onde a bruma, leitosa ou cinzenta, já assomava, por vezes. Ou um esfacelado azul e branco das casas que, pelo Alentejo, Pedro Chorão fotografou, durante quase dois anos. Há mais de 20 anos atrás, falei de estética do precário a propósito destas cores e dos sinais discretos que surgem nas suas telas, para sugerir alegria (Verão 79) ou, talvez, lembrar um pássaro de ferro que pontificava num jardim selvagem de Paço de Arcos. E que lá deve ter ficado quando o Pintor abandonou a Casa. São sinais e coisas que me lembram tantas outras que conheço ou conheci, de perto, numa Amizade que já vem de 1968 e que também inclui Rilke. E que me povoam a casa numa geografia de afecto que, também há muitos anos atrás tentei condensar, como se fora em osmose, nestes dois versos (Tela) que lhe dediquei:
É pelo branco todo que procuro
uma raíz de sol por onde arda.

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