Dadas as pequenas diferenças, por vezes, entre partidos políticos que são contíguos, penso que, cada vez mais, se vota em função dos elencos que são propostos à eleição e, menos, pelas siglas partidárias. Uma figura ou um nome podem fazer a diferença, consoante o seu grau de credibilidade pública ou a confiança que, nessa pessoa, possamos ter. Daí também a aposta, maior ou menor, que os partidos políticos fazem em personalidades independentes e, por vezes, em nomes prestigiados fora do espectro partidário. Mas a vida desses independentes, nos grupos ou aparelhos políticos, nem sempre é fácil. Como escreve, hoje no "Público", Rui Tavares: "...Primeiro, o independente faz falta. Depois, o independente começa a não dar jeito. E, finalmente, abre-se a caça ao independente."
São óbvios e bons exemplos recentes, o caso de Teixeira dos Santos, independente integrado no governo PS, que foi vergonhosamente marginalizado, nos últimos tempos de governação, pelo Partido; e o próprio Rui Tavares que se viu obrigado, por questões de coerência e honra, a desvincular-se do BE, muito embora se mantenha no Parlamento Europeu, "duplamente" independente - justificadamente, aliás.
Do ponto de vista dos partidos políticos, a independência de um "compagnon de route" parece ser, ainda e só, um rótulo meramente formal para dar colorido ao cinzentismo habitual. No fundo, esperam que o independente alinhe sempre no pensamento único e na disciplina cega, e gregária. Pensar por si é crime, e não se recomenda.
Obsv.: a imagem foi colocada apenas em 23/6/11.
Obsv.: a imagem foi colocada apenas em 23/6/11.
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