Dantes, e não há muito tempo, Lisboa, em Agosto, era uma sossegada, amena e desocupada cidade de província... Dava gosto passeá-la, a pé ou em transportes públicos quase vazios, sentarmo-nos na esplanada de um café, à sombra, e beber tranquilamente uma groselha fresca, um café, ou saborear uma cerveja bem gelada. Hoje, não. As esplanadas (e há muito mais, agora) estão coalhadas de multidões babélicas, barulhentas, sobretudo, se há mulheres castelhanas, que pedem meças às nossas antigas varinas, pela voz alta, metálica e desagradável. Os transportes públicos vão à cunha e depois há os tuques-tuques estridentes e os "troles" sacolejando, infernalmente, pelas calçadas das ruas. Anteontem, a HMJ, à porta dos Pastéis de Belém, viu uma bicha de quase um quilómetro que se cruzava com outra, que partia dos Jerónimos. O trânsito lisboeta, por sua vez, está caótico.
Saudosamente, lembrei-me de Aznavour, embora na canção ele fale desses amores breves que duram apenas um Verão. Quem não os teve?
E, ainda que ela já conste do Arpose (29/8/2010), passados 8 anos, é tempo de um encore... Relembrar Paris em Agosto, com saudades de uma Lisboa passada, agradável e acolhedora, quase vazia. De outrora, e sem turistas.
Também o Porto há 8/10 anos era uma cidade tranquila onde se podia pisar cada centímetro, onde o nosso olhar se espraiava mais além...
ResponderEliminarTudo tem o seu preço, enfim.
Um abraço a anunciar férias, APS.
No ano passado, quando estive no Porto, também notei a enorme diferença..:-(
EliminarE, atenção, que a bolha há-de rebentar um dia. Os hóteis, que pululam como cogumelos, vão ficar às moscas, mais tarde ou mais cedo.
Umas óptimas férias, para si, são os meus votos cordiais.
Se fossem só as castelhanas... italianos, alemaes, todos berram. Mas os piores, são os que não sabem usar os transportes publicos e ficam em molho na porta de saida. Essa fila nos Pasteis de Belem estava digna de uma grande exposição/museu... :(
ResponderEliminarBom fim semana
Tenho uma particular desestima pelas castelhanas, que as galegas e as catalãs, sobretudo, costumam ser mais discretas.
EliminarIsto, principalmente, no Chiado, Baixa e proximidades, está um verdeiro inferno!
Retribuo, muito cordialmente.
Valha-me Deus! E eu que fujo das confusões. Só devo ir aí no Outono -pode ser que a cidade esteja mais convidativa, porque mais calma.
ResponderEliminarBom fim-de-semana!
Bom, Sandra, eu dantes media o desafogo lisboeta de finais de Outubro a princípios de Março, porque conseguia ir sentado no 28. Agora, infelizmente, nem isso... Mas pode ser que tenha sorte, quando vier.
EliminarRetribuo, cordialmente.
Gosto dos povos mediterrânicos e quanto a 'berraria' ninguém bate os gregos. :)
ResponderEliminarMas o que acho fantástico é que povos que na terra deles cochicham e olham para quem fale um pouco menos baixo, venham para aqui falar altíssimo e beber. E o beber não é de agora.
Tenho ido pouco à Baixa. Quando vou à Fnac saio do metro e entro na porta ao lado; depois saio da porta ao lado e entro no metro. Pelos sítios por onde ando, vê-se muito menos gente. E parece-me que há menos turistas este ano.
Bom dia!, com Aznavour.
Tomei boa nota dos gregos e das gregas, com cujas "paupérrimas feições" (Guimarães Rosa dixit) tomei contacto, há 55 anos, numa fábrica da Alemanha. Infelizmente, com os seus problemas ecónomicos, os gregos quase não chegam a Portugal.
EliminarFaz muito bem usar de percursos saudáveis, lisboetas, porque eu já só encontro paz na quietude outrabandista..:-)
Aznavour, sempre!
Um bom fim-de-semana.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarLembro-me de me sentir satisfeita por usufruir em paz
ResponderEliminarna minha Lisboa,onde em Agosto, até poucos carros havia.
Agora é um inferno e felizmente, nem sequer sei quem é
que fala mais alto. Está tudo a desaparecer e um mundo
novo que já não consigo entender.
Boa semana.
Vamos ter fé de que, daqui a poucos anos, Portugal passe de moda. Esta gentinha, que nos inunda de incomodidade, ao primeiro aceno de outra "novidade" desanda para outros sítios, certamente. É a minha esperança...
EliminarRetribuo, cordialmente.