Tenho vindo a arrastar, penosamente aliás, de há mais de um mês a esta parte, a leitura de Às Cegas (2005, Quetzal 2012), obra de ficção do escritor triestino Claudio Magris (1939). E o que me tem valido, à persistência da leitura do romance, é intervalá-la, salutarmente, com escapadelas até a alguns artigos da Revista de Occidente e da Revista de Guimarães, como refrigério do sacrifício.
Magris é, para mim, uma referência, sobretudo depois de Danúbio, uma espécie de belíssimo diário etnográfico e histórico de viagem pela Mitteleuropa, mas terei de concluir que a ficção não é, de todo o seu violon d'Ingres. Antes pelo contrário. Um pouco na senda de Camilo que, sendo um grande ficcionista, era um mediocre poeta. Nem todos os artistas tocam bem os 7 instrumentos...
A minha grande tentação, a que até agora tenho conseguido resistir, é não fazer batota de leitura nas últimas 96 páginas (das 301 do livro) que me restam desta via sacra que tem sido o Às Cegas. Vamos a ver, se consigo.
A minha grande tentação, a que até agora tenho conseguido resistir, é não fazer batota de leitura nas últimas 96 páginas (das 301 do livro) que me restam desta via sacra que tem sido o Às Cegas. Vamos a ver, se consigo.
Gosto muito de Magris, mas a via sacra também não é meu (expressão que eu não conhecia), pelo que não o lerei.
ResponderEliminarObrigada pela informação.
Magris escreve sempre bem. E as suas crónicas ("Fragmentos") ou o "Danúbio" são para mim obras muito boas. Mas este "Às Cegas" é um desastre (embora na capa, o tenham apelidade de obra prima (???!).
EliminarHá que avisar os amigos...
Admiro a perseverança! Não a tenho, para livros que comece a ler e goste. Posso tentar lá voltar mais tarde, passado bastante tempo (foi assim que li "Presumível Inocente", três anos depois de mo terem oferecido).
ResponderEliminarBom dia
Há por aqui um lado estóico, que me tem feito prosseguir...
EliminarTambém tive, com Graham Greene, um desencontro inicial, mas depois dos meus 40 anos passou a ser um dos meus autores preferido. Não virá a ser o caso da ficção de Magris, infelizmente.
Bom dia.