A louçania da mulher minhota não dispensava, por festa, romaria ou procissão, os atavios de ouro - lembro-me bem... Talvez por ali houvesse, também, alguma vaidade de mostrar os seus pertences de família ou a capacidade do seu dote. Dir-se-ia que, nalguns casos, pecava por exagero.
Mas qualquer dona minhota que se prezasse teria certamente, no seu bauzinho de jóias, as arrecadas de filigrana e o seu grosso cordão dourado. E as criadas de servir, muitas vezes trabalhavam uma vida inteira para investir no fio de ouro, que compravam, normalmente a prestações, no ourives da terra.
Por isso, não estranhei que, num artigo da Revista de Guimarães (vol. LXVII, Jan.-Jun. de 1957), intitulado "Das origens e técnica do trabalho do ouro", o coronel Mário Cardoso (1889-1982) referisse, em nota de rodapé, o seguinte: "...sabe-se que as mulheres ibéricas superavam as etruscas, célticas e outras, na sua vistosa indumentária e na riqueza exuberante com que se ornamentavam, cobrindo o toucado com diademas e rosetas de ouro, o pescoço e o peito com múltiplos colares e pendentes, grandes arrecadas, nas orelhas, pulseiras, braceletes (...) de uma grande quantidade de jóias de ouro ao pescoço, cordões, cruzes, medalhões de filigrana, etc., que por vezes cobrem todo o peito da lavradeira." (pgs. 18/9)
um agradecimento especial a H. N. - ele sabe porquê...
Confesso que gosto muito de ver as nossas minhotas com todos os seus ouros. E a nossa filigrana é muito bonita. Bom dia! :-)
ResponderEliminarÉ vê-los, aos turistas, pasmados e parados junto das montras das nossas ourivesarias, perante as filigranas!
EliminarSobretudo, pela festa da N. Sra. da Agonia (Viana do Castelo), o resultado é surpreendente, ao vermos estas moçoilas saudáveis, brilhantes e bonitas.
Bom dia.
São obras de arte, estas filigranas minhotas!
ResponderEliminarBom dia
Estamos totalmente de acordo..:-)
EliminarBom dia.