domingo, 12 de fevereiro de 2012

As palavras sucintas


De Wislawa Szymborska (1923-2012), polaca, que recebeu o Nobel em 1996, conheço muito pouco: 2 ou 3 poemas que apareceram traduzidos, em jornais portugueses. Mas, por outro lado, sou um curioso interessado pelos discursos que os galardoados fazem em Estocolmo, ao agradecer o prémio. Já aqui, no Blogue, me referi às palavras de Camus, às de T. S. Eliot e às de Saramago, pelo menos. Porque me parecem importantes, sempre, para melhor conhecimento da obra e do homem ou mulher, em causa.
Ao que parece, o discurso Nobel de Wislawa Szymborska foi dos mais sucintos, se não o mais curto dos que foram pronunciados, em Estocolmo, até hoje. E cheio de auto-ironia. Aqui vai uma parte dele:
"...O trabalho dos poetas não podia ser menos fotogénico. Há alguém que se senta a uma mesa ou se deita num sofá e, imóvel, olha para a parede ou para o tecto. De vez em quando essa pessoa escreve umas linhas, apenas para riscar uma delas, 15 minutos depois, e lá se passa mais uma hora sem que nada aconteça... Quem suportaria assistir a uma coisa destas? ..."

2 comentários:

  1. Quando soube da sua morte, perguntei-me se teria sido mais uma das vítimas dos -40º que se fazem sentir na Polónia...

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  2. A idade não a ajudaria, realmente. Mas devia ter um grande sentido de humor.

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