Controverso, como todos os homens que deixam obra feita e útil, Diogo Pina Manique, nascido em 1733, era uma pessoa de vontade férrea, mas fortes tendências autoritárias. Foi ele que impulsionou a construção do Teatro S. Carlos, a ele se deve a criação da Casa Pia para acolher "mendigos e orfãos", que inicialmente funcionou no Castelo de S. Jorge. E o início da iluminação das ruas de Lisboa, fez-se também por sua vontade. Para que, nas ruas escuras e nocturnas da Capital, diminuisse a criminalidade.
A concretização desta sua ideia contou com a viva oposição do Marquês de Angeja, ministro do Reino, que contrapunha o alto preço e peso de tal medida, no orçamento do país. Acrescentava o Marquês que as pessoas não tinham nada que andar, de noite, pelas ruas lisboetas - que recolhessem mais cedo. Mas o Intendente Pina Manique não se calou e perguntou quantos latoeiros havia em Lisboa. Responderam-lhe: 129.
E obrigou cada um deles a fabricar 6 candeeiros, no prazo de uma semana. Legislou, também, no sentido de que cada morador que ficasse com a casa iluminada deveria pagar 100 réis ao erário público.
Assim, na noite de 17 de Setembro de 1780, data de aniversário da rainha D. Maria I, Lisboa apareceu iluminada com 774 candeeiros, a azeite. Afastado do poder, por influência dos franceses, em 1803, Pina Manique viria a falecer, pouco tempo depois, a 30 de Junho de 1805.
É extraordinário! Desconhecia esta história.
ResponderEliminarEra, no mínimo, um homem com visão de futuro e estratégia política. Ainda bem que gostou, Margarida.
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