quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Recomendado : vinte e cinco - castas, e um vinho do Dão


Os vinhos tintos clássicos e antigos do Dão eram feitos, na sua maioria, com as castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen ("Grão-Vasco", "Terras Altas", "Painel"...). Algumas marcas ("Porta dos Cavaleiros", " Meia Encosta") acrescentavam Alfrocheiro, ao lote. Muito poucas, incluíam o Rufete. Nos anos 80, do século passado, a marca "Quinta das Maias" começou a juntar-lhe uvas da casta Tinta Amarela, também existente na região demarcada do Douro, que conferiu ao seu vinho do Dão uma personalidade muito própria e um sabor singular, muito apreciável. Mas, resumindo, na minha modesta opinião e gosto, o Jaen sublinha a elegância e, o Alfrocheiro, a força de que os vinhos do Dão, com Touriga Nacional e Tinta Roriz,  já não necessitam. Com o Alfrocheiro ou o Rufete, os vinhos quase se assemelham aos do Douro, mais escuros na cor, mais pujantes e carregados, mas menos elegantes, como é o caso do Dão "Quinta de Cabriz", colheita seleccionada.
Aqui, devo confessar que sou um purista conservador - mea culpa! Grande apreciador, como sou, dos vinhos da região demarcada do Dão, os vinhos que prefiro são os lotados, como antigamente: Touriga Nacional, Tinta Roriz e Jaen. Abro uma excepção para o "Vinha Paz", pela sua sempre excelente qualidade e que, às três anteriores castas, acrescenta o Alfrocheiro.
Por isso, subjectivamente, embora tendo em conta o binómio (importante, hoje em dia) preço/qualidade, recomendo vivamente este Dão tinto "Monte do Amante", Reserva 2006 (Vinícola de Nelas),  com as minhas 3 castas predilectas, e os seus 13º macios e elegantes. Esqueçam o rótulo desajeitado, esqueçam o nome foleiro com que o crismaram, e provem-no. Podem encontrá-lo nalgumas médias e grandes superfícies, a preços que oscilam entre 2,60 e 3,10 euros. Creio que vão gostar. Acrescento que o vinho me parece estar no seu ponto mais alto, muito embora ache que pode aguentar mais 1 ou 2 anos, e beber-se, ainda, com agrado. Bom proveito!

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