Ao Bom Sá
Velho Sá de Miranda, que cantaste
Campos de Roma e lameiros do Minho,
O teu verbo moral é como a haste
Do carvalho cerquinho.
Lá nos altos ardores camonianos
- Turras, sonhos, prisões, amores dispersos -
Há lúcidos venenos italianos:
Tu, levantas perdizes dos teus versos!
Já o Rato dos Campos te aconselha
O celeiro pacífico, timbrando
Da rasoira de lei, medida velha.
E no arco da viola, firme e brando,
Para te distraíres, de quando em quando,
Estiras uma sílaba vermelha.
Nota: Vitorino Nemésio (1901-1978), açoriano, faleceu a 20 de Fevereiro de 1978.
saboroso, este soneto :-)
ResponderEliminarOu não tivesse ele perdizes..:-)
ResponderEliminarBoa semana, para si!