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domingo, 30 de julho de 2023

Mercearias Finas 191



Vieram quatro, até porque estavam baratas, a 6,50 euros o quilo, ao preço da sardinha, ao lado. E eu de há muito (40 anos?) que tinha vontade de voltar a provar fanecas que, na infância e juventude, eram frequentes na minha mesa de refeição vimaranense. Vamos ver como se comportam, estas. Para já o acompanhamento está escolhido: um branco de Pias, da família Margaça, do ano passado, com 13º, lotado com Arinto, Antão Vaz e Verdelho, posto a abeberar e refrescar no frigorífico. Mas também um arroz malandrinho de tomate coração de boi se prepara por companhia. Assim:



E ainda aprendi uma coisa curiosa, entretanto, é que, sendo um gadídeo, a faneca ainda é da família do bacalhau. Quem diria, tão pequena ela é!?...

terça-feira, 1 de junho de 2021

Adagiário CCCXXIII



Sardinha sem pão é comer de ladrão.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Informação ( científica? ) adicional : Sardinha


As imagens e transcrições de dados sobre a sardinha foram colhidas na obra O Pescado na Alimentação Portuguesa, de Fernando M. d'Almeida e H. Marina L. Martins. A edição, de 1982, foi promovida pelo Instituto Nacional de Formação Turística.

sábado, 18 de julho de 2015

Ditados, Pesca e sardinha


Terá tido pouca expressão pública de desagravo, tirando os sindicatos dos sectores de pesca e conserveiro, a notícia-ordem de Bruxelas que atribui, para 2016, uma quota de pesca máxima de 1.587 toneladas de sardinha, para Portugal. No corrente ano de 2015, lembremos, o permitido é 15.000 toneladas. Recordemos também que a indústria conserveira (embora muito menor do que há 30 ou 40 anos) recorre, maioritariamente nos nossos dias, a importações de sardinha de Marrocos e de França, para poder laborar, de forma satisfatória. Importa também lembrar que a entrada na CEE obrigou Portugal a uma redução de 1/3 na sua frota pesqueira. A partida para a Terra Nova, dos bacalhoeiros, depois da bênção cardinalícia, é uma imagem delida no tempo. Só talvez os mais velhos se lembrem ainda disso... Fazia nessa altura algum sentido, no dizer do povo, o ditado:
Em Portugal entra a fome nadando.
Hoje, seria mais acertado e actualizado dizer-se: Por Bruxelas entra a fome em Portugal.
E andam os nossos governantes a encher a boca de mar, apontando-o como destino e oportunidade! São uns cómicos, esses rapazes...

domingo, 19 de agosto de 2012

A sardinha na sua época, por entre as águas que vão


Dizia o Abade de Jazente, aqui há uns bons 250 anos, que: "...vende as sardinhas o galego feio/ cinco ao vintém; e seis pela calada..." e "A trinta e cinco réis custa a pescada...", no seu singular soneto setecentista. Bem gostaria eu de saber-lhes a correspondência monetária mas, de história económica, nada sei. O que posso dizer é que hoje, no Mercado, a sardinha estava a 5,90 euros (bem merecidos), o quilo, e a pescada, a doze. Anafadas e cheirosas rechinaram as 7 sardinhas no grelhador, pingando pródigas ôlhas de gordura sobre o tabuleiro de baixo. Deu gosto vê-las e comê-las, com boroa. Há anos que não as via assim, nem de longe comparadas com as esquálidas e secas, do ano passado. É das águas, dizem...
Talvez. Porque ontem, era lindo de se ver por causa do calor, às quatro da tarde, a neblina branca de nuvens que acompanhava, e subia, a margem direita do rio. Parecia que se movia, alto, o algodão sobre o Tejo. E as nuvens, à saida da ponte, quase nos envolveram por completo. Nunca eu tinha visto nada assim, na parte da tarde. O mais parecido que observei, foi sobre o Reno, mas de manhãzinha muito cedo, em Bingen.
E destas águas quentes, que vão e vêm, se vai criando a sardinha bem nutrida, para rechinar a preceito, no grelhador, por Agosto.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Voltar atrás?

Fiquei perplexo, hoje, ao saber que, nas costas marítimas portuguesas  e nos últimos dez anos, os cardumes de sardinhas diminuiram 55%. Não é só na Terra que o sistema está errado, mas o Mar acusa, também, o seu uso desproporcionado e a diminuição assustadora das espécies que o povoam. Por isso, este belo vídeo, onde aparecem aves que não voam (creio que se trata de pinguins-imperador), mas nadam e comem peixes pequenos e krill (penso que não comem sardinhas), nesse tal "Paraíso Branco" cantado pelas jovens e frescas vozes dos Vox Angeli.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ainda Julio Camba : em louvor do linguado



Já aqui falamos de Julio Camba, autor galego de "La Casa de Lúculo o el Arte de Comer (Nueva Fisiología del Gusto)", de 1929. Transcrevemos, traduzindo, uma parte do capítulo que ele dedicou a um dos seus peixes predilectos - o linguado.
"O amor apaixonado pela sardinha, cuja miséria reconheço, bem como a sua grandeza, não bastaria, nem com acrescentos, para me fazer menosprezar o linguado. O linguado é, porventura, o melhor de todos os peixes do mar, mas!, desconfiai das imitações. Não sou eu que compartilhe a opinião de um amigo meu, que sustenta que, na Corunha, há umas máquinas, tipo prensa, com as quais se convertem em linguados todos os peixes. Não. A falsificação faz-se mesmo no fundo do mar, longe dos olhares humanos e é a propria natureza quem os transforma. Devido ao enorme êxito obtido pelo saboroso acantoperígio, uma quantidade de peixes insignificantes adoptaram a forma extra-plana, e quando o pescador lança a sua rede para pescar linguados, não é estranho que os peixes-galos, as solhas, os "rapantes(?)", etc., se metam fraudulentemente nela a ver se passam como clandestinos. Quem não tem imitadores neste mundo, irmão linguado?
O linguado presta-se a preparações esquisitas. Em qualquer livro de cozinha encontrará V., amigo leitor, as receitas do linguado Marguery, do linguado Joinville, do linguado Mornay, etc.; mas, por razões que exponho noutro sítio, não aconselho que experimente alguma delas. Nada disso. Cozinhe antes o seu linguado, um bom linguado de um quilo, cem gramas a mais ou a menos, mas não demasiado menos. Os linguados deste tamanho são os que chegam a Madrid com a carne no seu devido ponto de firmeza. Polvilhe-o com um pouco de farinha - suponho naturalmente que o seu linguado esteja limpo - e frite-o em azeite: bom azeite e muito azeite..."

P. S.: para MR (e JAD), que provavelmente, em breve, provarão um "primo"...

sábado, 12 de junho de 2010

A democrática sardinha



O bacalhau e a sardinha são, de há muito, os peixes mais bem amados dos portugueses. O primeiro a partir do séc. XIV, a segunda é, provavelmente, mais antiga nos nossos hábitos alimentares. Como farei, hoje, pela terceira vez este ano, um almoço "assardinhado" (euros 3,90/kg., porque eram de Peniche; as de Sines ficavam-se pelos 2,50, mas eram menos gordas e frescas), aqui vai um excerto do séc. XVIII ("Tableaux de Lisbonne", de autor anónimo, 1796) sobre a dita:
"...Ali se fritam e assam sardinhas: a multidão espera que estejam prontas para cada um tomar a sua parte. É o que se chama lojas frigideiras. São lojas ambulantes que se encontram em toda a Lisboa, nas ruas, nas praças, nos portais, principalmente nas tabernas. (...) Estas lojas são muito cómodas e um grande recurso para o povo que aí encontra o seu almoço, o seu jantar e a bom preço! Cada um leva o pão, compra cinco ou seis sardinhas fritas ou grelhadas, que lhe custa mais ou menos um soldo ou dezoito dinheiros; come-se no próprio sítio, e o seu jantar está feito. Se pode alguma coisa mais, compra um copo de vinho na mesma taberna e fica contente..."
(in "Da Mão à Boca", de Roby Amorim, Lisboa, 1987).

P. S. : para o António.