Até meados do século passado, havia destas publicações, com vendedores de porta em porta, ambulantes, que também apareciam, no Porto e em Lisboa, pelos comboios, antes de partirem. Os folhetos serviam para entreter os passageiros, em viagens mais longas. Eram antepassados modestos das revistas de temas gerais que hoje pululam nas bancas. Pelas ruas das cidades de província, estas publicações despretenciosas e folhetinescas, normalmente com tosco grafismo, contavam histórias de faca e alguidar, ou formatavam os espíritos, como era o caso duma revista de Santa Zita, para as criadas, cujo preço era muito barato.
Para trás d'"A Vigilia" houve uma série de folhetos setecentistas e oitocentistas, de grande aceitação popular. Destacaria sobretudo as publicações de José Daniel Rodrigues da Costa, que ia ganhando a vida com elas. O autor, único, do folheto em imagem, alicerçava-se pomposamente no pseudónimo Camillo Queiroz - não devia ser modesto na pretensão. Era um pouco machista, agressivo q. b., mas dentro do aceitável, tinha humor e estava bem informado, culturalmente. Com alguma perspicácia e boa disposição, H. N., que me ofereceu este estimado folheto, dizia-me que "A Vigilia" bem poderia ser feito da matéria de alguns Blogues de hoje em dia.
E tinha razão...Pode ser que eu volte a falar dele, oportunamente, analisando-lhe melhor o "miolo"...
Muito bem observado por H.N. :-)))
ResponderEliminarNa verdade, foi muito judiciosa a observação...
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