Este pequeno folheto de 16 páginas de bom e encorpado papel, embora com impressão excessivamente carregada, é o resultado de uma parceria poética entre dois primos, e foi editado há quase duzentos anos. António Maria do Couto (1778?-1843) de quem já falamos aqui (Bibliofilia 25, em 11/8/2010) traduziu, em prosa, esta ode de Píndaro, e Manuel Pedro Tomás Pinheiro e Aragão (1773-1838), seu primo, pô-la em verso português. Em parceria, também, compuseram um soneto em dedicatória ao doutor Francisco José de Almeida, provavelmente porque terá sido ele o mecenas que pagou esta edição de 1816.
Nem todos conseguiriam perceber e ler, em grego, esta obra de Píndaro, por isso o trabalho foi, sem dúvida, meritório, muito embora Inocêncio, no tomo VI (pg. 77) do seu Dicionário, classifique Manuel Aragão de "poeta medíocre", na sua habitual franqueza crítica.
O folheto encontra-se em magníficas condições de conservação e custou-me, há dias, 3,50 euros. Ao preço a que estão os livros e mais barato do que um maço de tabaco, achei o dinheiro, que dei por ele, por bem empregue.
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