No tempo da minha juventude, eram inúmeros e de saberes variados os livros de autoria de escritores, jornalistas, autodidactas e até académicos que pretendiam tornar acessíveis, aos mais novos, temas de cultura sobre história, linguagem, ciências... Dos mais antigos, já falecidos, recordo-me de Rocha Martins, Eduardo de Noronha, Costa Brochado; dos vivos, na minha adolescência, lembro Américo Faria, Agostinho da Silva, Mário Domingues, Gentil Marques, José Pedro Machado, e sei que estou a esquecer, injustamente, muitos outros. Creio que as novas gerações desconhecem a maioria destes nomes, até porque muitas das suas obras nunca mais foram reeditadas. E compreende-se, em parte, já que as tendências culturais, agora, vão mais no sentido da especialização do que do enciclopedismo, que predominava anteriormente.
Passa, hoje, mais um aniversário do nascimento de Alberto Pimentel (1849-1925), escritor e jornalista portuense, que veio a morrer em Queluz. Era um homem de grande cultura em vários temas e a sua bibliografia é extensíssima. Abarca romances, biografias, memórias, teatro e até poesia, além de obras políticas, crónicas, livros de viagens e algumas traduções. Só sobre Camilo Castelo Branco, Alberto Pimentel escreveu cerca de 10 livros. Uma das suas obras mais interessantes, que deixou incompleta, é o "Diccionario de Invenções, Origens..." (1876) de que já aqui falei, no Blogue. Apreciador de poemas herói-cómicos, especialmente de "O Hissope" de Cruz e Silva, tem sobre este género literário um trabalho bibliográfico e descritivo incontornável e, ainda hoje, inultrapassado: "Poemas Herói-Cómicos Portugueses (Verbêtes e Apostilas)", editado pela Renascença Portuguesa, no Porto, em 1922. Aqui deixo, pois, esta breve evocação de Alberto Pimentel, um dos grandes divulgadores da cultura portuguesa.
Sou uma grande leitora dos seus livros um pouco memorialistas.
ResponderEliminarOs livros dele, para mim, são sempre de leitura agradabilíssima.
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