terça-feira, 17 de abril de 2012

DIE WELT - um jornal alemão de incultura e desumanidade

Existem determinados pasquins na Alemanha que, desde cedo, fazia questão de não ler pelo seu nível "abaixo de cão", termo bem expressivo para um jornalismo abjecto. Por acaso, o jornal alemão DIE WELT sempre me passou ao lado, por razões que não vem ao caso. No entanto, há bem pouco tempo comecei a ver algumas notícias inseridas no referido jornal, de jornalismo duvidoso, que despertaram a atenção pela negativa. Longe estava de imaginar que a indigência jornalística chegasse a tanto. 
Eis o título do DIE WELT de 17.4.2012: "As pérolas de Espanha e Portugal são agora uma pechincha". Os fazedores desta enormidade são uns rapazolas, parece que até com prémios, chamados E. Eckert e H. Zschäpitz



A essência do artigo do DIE WELT estrutura-se com base numa eloquente citação do banqueiro Carl Meyer Rotschild, a saber: " Comprar, quando os canhões troam, vender quando tocam os violinos" (sic!) De facto, parece não haver melhor metáfora para caracterizar a desumanidade e incultura do mundo financeiro. Nem sequer poupam a música para a tentar subjugar, de forma abjecta, aos seus interesses mais baixos.
Ora, os dois fazedores de notícias em epígrafe ainda conseguem ultrapassar o mestre Rotschild na intenção do ataque, para não falar do seu domínio rudimentar da língua. Comparam o "troar dos canhões" ao "troar da dívida", sugerindo que o consequente pessimismo - grego, espanhol e português - representa um terreno fértil, a longo prazo, para comprar as tais "pérolas". 
Se dúvidas houvesse, ficamos a saber quem humilhou os "povos do Sul" em proveito próprio.
Recuso-me a traduzir mais pormenores da notícia pelo simples facto de não estar escrita num nível de língua que considero aceitável, inscrevendo-se, antes de mais, num analfabetismo funcional que desconhece, por completo, as regras fundamentais de pragmática de qualquer língua e na ausência de aquisição, em casa paterna, de regras mínimas de boa educação e respeito para com o próximo. 
De facto, a incultura e consequente desumanidade de certos "meninos do coro económico, financeiro e jornalístico", para além da revolta, fazem-me lembrar experiências tristes do passado a que a vontade individual, embora determinada, não conseguiu pôr cobro.
Quando o ensino secundário em Portugal ainda se dividia em quatro ramos - Ciências, Humanidades, Economia e Artes - sucedia, sem generalizar, que os meninos de Economia eram os mais amorfos e fracos, de estrutura e de vontades. Fugiam das Ciências por causa da Matemática (!), das Humanidades pela preguiça de ler e escrever e, das Artes, por falta de "jeito". Ora, esses "meninos do coro da Economia" também não sabiam escrever e como "soe dizer-se, tinham raiva a quem soubesse ou tentasse ensinar" o rudimentar que não traziam de casa.
De todos estes exemplos de fulanos medíocres que atentam contra a humanidade dos povos, na sua arrogância atrevida, fica-me, embora já de uma forma abstracta, uma tristeza profunda. A saber, o falhanço da educação e do ensino no cumprimento da sua função mais nobre: contribuir para a elevação do pensamento e da cultura ao serviço da Humanidade.
Post de HMJ

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