terça-feira, 27 de setembro de 2011

Quotidianos lisboetas


Deviam estar a preparar alguma coisa nos jardins do Palácio do Conde de Farrobo, ao Chiado. Recepção, festa, ou vernissage, porque os canteiros estavam cuidados, os arbustos aparados e, por uma nesga de uma porta que dava para a rua, consegui ver 2 cozinheiros aperaltados a preceito e vários tachos e panelas sobre o fogão industrial da cozinha. Próximo, e de um caminhão parado na rua descarregavam vitualhas. Como sempre, à portuguesa, 3 moleques faziam o trabalho, e 5 "cavalheiros", muito direitos e aristocráticos, encostados à parede, davam ordens ou mandavam bocas correctivas aos oficiais mecânicos. Estava calor.
Eu já vinha da Bertrand, após ter resolvido, metafisicamente, uma dúvida difícil. Na mão direita eu tivera "Uma viagem à Índia" de Gonçalo M. Tavares, com prefácio de Vasco da Graça Moura, na esquerda sopesara, indeciso, de João Paulo Martins, "Vinhos de Portugal 2012", sem prefácio, a não ser do próprio autor. Mas eu só queria comprar 1 livro. Tinha que optar...
Entre os muitíssimos autores citados, de um dos livros, e os inúmeros vinhos referenciados, no outro, preferi o João Paulo Martins. Entre a poesia e o vinho, desta vez ganhou Baco. Também é verdade que havia alguma diferença de preços entre as duas obras, o que também conta, num orçamento limitado... 

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