domingo, 11 de setembro de 2011

Luís Miguel Cintra


A propósito do lançamento de 3 discos em que lê textos seleccionados de Camões, António Vieira e S. João, Luís Miguel Cintra (1949) deu uma entrevista à P2, suplemento do jornal Público, que considero uma das melhores entrevistas que li nos últimos tempos. Tem coerência, sequência lógica e humana, e muitos motivos estimulantes de reflexão. Vou transcrever alguns excertos que me provocaram especial atenção e me fizeram reflectir. Seguem:
"- Desde sempre precisei de exemplos. De Santos. Do exemplo de vidas políticas. Voltadas para os outros e voltadas para Deus. A nós, menos grandes, e sobretudo já passada a idade de crescer, são quem nos defende do Mal, do cinismo.  (...)
"- O discurso de Vieira quando é lido é muito menos claro, tal como as canções de Camões. O texto é tipicamente barroco: a estrutura é muito funcional e, depois, está decorada com toda a forma de excessos adornando uma ideia límpida e fundamental, contida quase na própria epígrafe do sermão: « Pulvis est, et in pulverem reverteris» (és pó e ao pó tornarás). (...)
"- Gosto imenso da vida, mas tenho que me conciliar com a ideia que ela vai acabar. Só o consigo fazer se pensar que a vida não é só minha, mas a das outras pessoas todas." (...)

3 comentários:

  1. Vou ver se a leio.
    Já vi os CDs à venda e fiquei interessada em ouvir o Vieira, dito por ele. A voz de LMC (a minha preferida do teatro português) casa bem com o lado teatral dos sermões do padre. Se diziam que as pregações dele eram um verdadeiro teatro que atraia multidões...

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  2. Veja se a consegue ler, MR, porque a entrevista é muito interessante. A HMJ assistiu, na Igreja de S. Roque, aqui há uns anos, a uma leitura de um Sermão de A. Vieira, pelo LMC, que achou belíssima. Eu, infelizmente, não fui...

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