Não tive com o Porto, na infância e adolescência, uma relação fácil. Achava-o sombrio e mal encarado, granítico e áspero, sempre que lá ia com familiares. Sabia de memória, no entanto, o nome de várias ruas e praças, e havia percursos e locais que conhecia bem: Rua da Picaria, da Firmeza, Cedofeita, Carlos Alberto, Rua Formosa... Comia-se bem por lá, sobretudo na "Abadia" e nas "Palmeiras", por exemplo, onde costumávamos almoçar. No final dos anos 60, Eugénio de Andrade deu-me a conhecer o "Majestic", onde tomamos um café, ao fim da tarde, vindos da Duque de Palmela, 111.
Mas só em finais dos anos 80, quando o António, num Verão luminoso, me (nos) levou e mostrou a alma mais íntima do Porto, guiando-me através de recônditos lugares e altos donde se viam paisagens deslumbrantes sobre o Douro; só aí, repito, eu comecei verdadeiramente a gostar do Porto e da sua aparente "feiura".
Por isso, e outras razões, eu recomendo o livro de que se mostra a capa, encimando este poste, para quem quiser ficar a conhecer melhor a capital do Norte. Não é bem uma monografia, no sentido clássico do termo, mas até ensina mais. Fiquei a saber, por exemplo, a origem do nome Lóios. Os frades que primeiro se instalaram no convento portuense, vinham da igreja de Lisboa de Santo Eulógio ou Elógio. Por corruptela popular, as gentes começaram a chamar-lhes Elóis e, depois, Lóios - e assim ficaram.
Este livro, que recomendo, foi escrito por Germano Silva, com fotos de Lucília Monteiro, e tem o título: "Porto, a revolta dos taberneiros e outras histórias". Foi editado pela "Notícias Editorial", em 2004.
para o António, em contrapartida.
Li um outro livro de Germano Silva sobre o Porto, de que não recordo o nome e de que gostei bastante.
ResponderEliminarEste, pelo menos, é muito aconselhável e rico em informações.
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