Ao encaminhar-se, gradual mas persistentemente, do Crescente para Cheia, ao longo de sete dias, a Lua parece perseguir uma geometria perfeita. Ao olhar descuidado do homem primitivo, essa forma terá, provavelmente, originado o sentido mental da circunferência, nessas noites de escuridão absoluta e total. Como também, embora de forma nebulosa, a equidistância do centro. Quem sabe?, se da própria simetria.
Mas, depois, o novo caminho da Lua, ao longo de mais duas semanas, até à sua desaparição total (Lua Nova), poderá ter engendrado nesse nosso antepassado longínquo e primitivo, os rudimentos de uma noção de magia. Que o transcendia, de todo. Talvez tenha sido por aí que, na ausência de uma explicação empírica e linear, ele tenha sentido necessidade de criar a astrologia. E, numa fase mais avançada, imaginar a primeira crença. Depois, até à primeira religião, deve ter sido apenas um pequeno passo. Os rituais, é que vieram depois...
Curiosamente, estive há pouco na varanda, a olhar a lua que
ResponderEliminartem tanto brilho que até custa vê-la bem. Um comentário
prosaico em contraste com o seu poste tão bem elaborado.
Desejo-lhe uma boa noite.
Pois foi também assim que, sentado na varanda a Leste, e olhando a Lua, fui lançando ao papel estas notas, imaginando-me um homem primitivo..:-)
EliminarUma boa noite, também!