Eu creio que os escritores, ditos regionalistas, estão em queda livre, nas preferências dos leitores.
E também sempre achei que Aquilino Ribeiro (1885-1963) estava para a Beira Interior, assim como Tomaz de Figueiredo (1902-1970) se posicionava para o Minho. Sem comparar qualidades.
O que eu não esperava, é que pudesse vir a comprar, em S. Martinho de Anta, e sob o alto patrocínio de Miguel Torga (1907-1995), um voluminho simpático e bonito sobre a vida e obra do autor de Nó Cego (1950). Mas assim foi, e bem, que o livro é merecedor e o romancista bracarense, também.
Conheci-o, de vista, já lisboeta adaptado, em meados dos anos 60, no Café Ceuta (Av. da República), perorando a uma mesa do canto, entre o poeta Mendes de Carvalho (1927-1988) e a, depois, actriz, Maria do Céu Guerra (1943). Falaria do Minho, com certeza, e das suas andanças passadas, dos seus cães e caçadas, mas também da sua meninice, naquele seu muito próprio vocabulário antigo e riquíssimo de que os seus livros estão engrinaldados. Eu não trocaria os seus Tiros de Espingarda (1966) por quantos tordos já se publicaram; nem o Dicionário Falado (1970), interessantíssimo, eu trocaria pela prosa deslavada do mãezinha caxineiro. Que a prosa de Figueiredo é como prata de lei... Desconto-lhe a poesia, que é fracotinha.
Pois, do Centro Miguel Torga, lá trouxe esta monografia sobre as andanças de Tomaz de Figueiredo, para matar saudades do seu linguajar minhoto, genuíno. E fiz muito bem. Regalei-me...
Conheci-o, de vista, já lisboeta adaptado, em meados dos anos 60, no Café Ceuta (Av. da República), perorando a uma mesa do canto, entre o poeta Mendes de Carvalho (1927-1988) e a, depois, actriz, Maria do Céu Guerra (1943). Falaria do Minho, com certeza, e das suas andanças passadas, dos seus cães e caçadas, mas também da sua meninice, naquele seu muito próprio vocabulário antigo e riquíssimo de que os seus livros estão engrinaldados. Eu não trocaria os seus Tiros de Espingarda (1966) por quantos tordos já se publicaram; nem o Dicionário Falado (1970), interessantíssimo, eu trocaria pela prosa deslavada do mãezinha caxineiro. Que a prosa de Figueiredo é como prata de lei... Desconto-lhe a poesia, que é fracotinha.
Pois, do Centro Miguel Torga, lá trouxe esta monografia sobre as andanças de Tomaz de Figueiredo, para matar saudades do seu linguajar minhoto, genuíno. E fiz muito bem. Regalei-me...
Passo os 'regionalistas'...
ResponderEliminarMas onde, senão precisamente nas livrarias municipais e casas-museu, se revive hoje, até à venda, Namora, Aquilino, Torga, C. de Oliveira, Eugénio, F. de Castro, Régio, V. Ferreira...? Cmpts.
Tem toda a razão.
EliminarDesde que fechou a Livraria Portugal, na rua do Carmo, nunca mais consegui encontrar monografias ou preciosidades deste quilate, à venda em Lisboa. Agora, margaridas rebelos pintos e rodrigues dos santos, encontro por todo o lado. Andam a formatar os leitores à altura do chinelo...
Da coleção Viajar com... tenho os volumes dedicados a Junqueiro, Trindade Coelho e Aquilino.
ResponderEliminarHá uns tempos vi o filme que a neta Catarina Mourão fez sobre ele - A Toca do Lobo e gostei bastante.
Bom domingo!
É uma colecção bem interessante. HMJ tem o Ramalho. Infelizmente, não a vi, nunca, nas livrarias, foi preciso ir a Trás-os-Montes..:-(
EliminarTenho pena de não ter visto esse filme, até porque TF é um escritor sub-valorizado. Muita gente perde tempo a ler burundangas, quando mais valia, ir atrás, aos nossos...
Bom dia!
Tenho um livro de Carlos Vale Ferraz com o título
EliminarNó Cego. Achei curioso dois livros de diferentes
autores terem o mesmo título.
Curiosamente, tenho os dois. Mas quem plagiou o título foi Vale Ferraz (se calhar sem saber...), em 1981. O livro de Tomaz de Figueiredo, da Guimarães Editores, é de 1950.
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