Se há frases que se nos impõem pela sua intensidade contagiante, há versos que nos iluminam o caminho e nos podem incendiar o pensamento. Ou a imaginação.
Em 1962, a então jovem estreante, em prosa, Yvette K. Centeno (1940), através da Portugália, editou um livro que tinha como título o início de um poema de Pessoa: Não só quem nos odeia.
Já nessa altura, Ricardo Reis era o meu heterónimo preferido. E, ainda hoje, aquele que mais releio. Esse poema era um dos que me acompanhava, de cor, como evidência sentida, intimamente.
Se quem nos ama/ Não menos nos limita. completa esse poderoso axioma, ele foi, com a idade, tornando-se-me verdade absoluta e incontornável evidência prática.
Quantas vezes nos auto-censuramos, calando o que sentimos para não ferir ou ofender quem amamos? Quantas vezes omitimos por amor aos outros? Assim nos limitando ou restringindo a própria liberdade individual.
Será que a solidão total é o preço a pagar pela liberdade inteira? Talvez.
Quantas vezes nos auto-censuramos, calando o que sentimos para não ferir ou ofender quem amamos? Quantas vezes omitimos por amor aos outros? Assim nos limitando ou restringindo a própria liberdade individual.
Será que a solidão total é o preço a pagar pela liberdade inteira? Talvez.
O que é verdade para um lado também o é para a outra parte. Acho que esse omitir faz parte do amor e da amizade.
ResponderEliminarBom dia!
A reciprocidade, neste caso particular, existe sempre ou, pelo menos, desde que haja inteligência, atenção e sensibilidade de ambas as partes. O que nem sempre acontece. Mas a amizade, por vezes, acaba por ser mais sincera, descontando esse aspecto, sempre flagrante e pessoano de que "o poeta é um fingidor"... (Entenda-se "poeta" como ser humano que pensa.)
EliminarUm bom fim de semana.