sexta-feira, 2 de março de 2012

O fim dos Impérios


Tudo indica, por artigos nos jornais, livros e dossiês de revistas recentemente saídos, ou em destaque, que a França se prepara, após 50 anos da independência da Argélia (3 de Julho de 1962), para reavaliar o que representou, na sua História, o acontecimento, os traumatismos e o regresso dos pieds-noirs ao continente europeu.
O fim dos impérios teve para quase todos os países europeus, acontecimentos semelhantes, inícios parecidos ou paralelos, e fins praticamente iguais. O desastre de Diên Biên Phu, na Indochina francesa, em 1954, pode bem comparar-se à anexação de Goa, Damão e Diu, em Dezembro de 1960, pela União Indiana; o início da insurreição da Argélia, ao começo das hostilidades em Angola, no ano de 1961. O regresso dos pieds-noirs (200.000) à ponte aérea dos retornados (cerca de 500.000) de Angola, principalmente.
Não sei se alguma vez se fará, em Portugal, um debate alargado e profundo sobre o período e as guerras coloniais. Tirando o excelente programa televisivo de Joaquim Furtado, alguns (poucos) romances sobre o tema, além de muitos poemas de Fernando Assis Pacheco, reflectindo a sua experiência pessoal de guerra, não há muito mais - creio. Temos uma forma diferente de lamber as feridas. E não temos nenhum corajoso Baltasar Garzón, para questionar o passado, até às ultimas consequências. E valeria a pena?

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