Com a velhice, as coisas simples vão ganhando mais valor, muito embora, ao longo da minha vida, a exuberância, a excessiva perfeição, o alambicado quitche e o bonitinho sempre me tenham desagradado.
Na minha modesta opinião, há muito poucos poetas cuja poesia possa acompanhar, integralmente, as idades do Homem: Sá de Miranda, inteiramente, algum Eugénio de Andrade, Yeats, Quevedo, Jimenez e pouco mais.
Na pintura, Angelo e Resende também souberam acompanhar as idades, até pelo seu despojamento característico, numa ascese gradual que quase se diria arte "povera", que também teve as suas épocas de moda.
Em relação à música, de que sou um ignorante amador, diria que o meu gosto tem evoluído ou, simplesmente, se tem modificado. Mantenho o gosto pelos clássicos consagrados e por Liszt mas, nestes últimos tempos, venho gostando cada vez vez mais de Philip Glass e Preisner, de que não gostava, em anos mais tenros. Compositores que, não sendo clássicos, com o tempo, poderão vir a ser considerados como tal. São gostos...da idade.
Gosto de todos os que refere, com excepção de Liszt. Acho a sua música retrógrada.
ResponderEliminarDá para ver, pelo blogue, que é um dos seus compositores preferidos. Até o oiço por vezes.
ResponderEliminarMas ainda bem que há quem não goste de azul e goste de amarelo, o que quanto a cores não é o meu caso. :)
Liszt foi já uma escolha de maturidade e uma boa descoberta, há cerca de 20 anos. Mas também tenho vindo a gostar cada vez mais de Schubert, ultimamente, que sei que é um dos seus preferidos, Miss Tolstoi.
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