Saíu recentemente, na Pléiade, o segundo dos três volumes da correspondência de Balzac (1799-1850). Graham Robb (1958), que recenseou o livro, no TLS (16/3/2012), achou-o pouco interessante. Justifica-o pelo facto de ser composto por cartas de uma época de febril actividade do escritor francês, que vivia da pena, e que por essa razão o que sobrou, para a correspondência, são quase só banalidades que nada acrescentam, em qualidade literária, ao legado de Balzac.
Mas Graham Robb faz um apanhado (interessante) daquilo que, através da correspondência, é possivel perceber das necessidades mínimas de que o escritor precisava, e do ambiente que desejava, para poder produzir os seus romances. Passamos a citar, traduzindo: "Um lugar tranquilo para escrever; uma casa cheia de belos e caros objectos para «criar um sentido de felicidade e de liberdade intelectual»; café suficientemente forte para manter o fluxo de inspiração durante dois meses; um contrato com cláusulas draconianas que penalizasse duramente os atrasos de pagamentos dos editores; vários lugares e esconderijos onde o escritor se pudesse abrigar dos credores; e um estado de constante excitação romântica, sem excessivos gastos de tempo, ou exigências, por parte desse amor."
Convenhamos que não era pouco...
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