Ainda não foi hoje que vi a primeira andorinha imigrada. Mas as frésia, incontidas, continuam a florir numa alegria irreprimível. E, da esplanada ao sol, podiam ver-se violetas (?) bravas e couves verdes pujantes desafiando o Inverno. Por aqui, cotejando as informações que chegam de outras paragens, não devemos estar na clássica Europa que, ou tem frio ainda, ou lhe chove no corpo, desalmadamente.
Nem tudo são agruras, nem sempre Portugal é triste. E deve haver um deus menor e compassivo que destinou ao extremo Ocidente, esta física alegria de um sol aberto e benigno sobre a pele, este afago de ternura simples, este azul único, mesmo que seja sobre o cinzento saraivado de velhice. Para nos dar força e uma invencível vontade de primavera, contra todas as evidências pouco amenas do futuro. Viver este dia e lembrar Horácio.
Pois é, se não fossem estes dias luminosos e quentes...
ResponderEliminarValha-nos ao menos isso.
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