São variadas as formas de rapina. E há diversas aves e animais, de médio e grande porte, que a ela se dedicam: os corvos, os abutres, as terrestres hienas. Mas também há animais racionais que vivem desta indústria de proxenetismo que, por vezes, tem aspectos necrófagos. E, neste particular, as especialidades são diversificadas, desde que as carcaças sejam prometedoras.
Pode assumir, até, aspectos literários. Premonitoriamente, o verso pessoano "cadáver adiado que procria", na sua generalidade, alimentou e alimenta a vidinha de muito boa gente mediocre, com propensão canibalesca e necrófaga, pagando-lhe, em troca, congressos, fama e nome de duvidosa qualidade científica - mero oportunismo de rapina.
Mas agora há mais. Um ou dois santacombadenses, com piedosas e nobres justificações esfarrapadas, propõem-se comercializar um vinho do Dão, com o patético e foleiro nome de "Memórias de Salazar". Onde chega este parolo proxenetismo de província?!... Agora já só falta, também, porem no mercado umas botas com a marca e o nome do ditador que aperreou Portugal, de 1932 a 1968...
para AVP, que sugeriu que eu glosasse o tema.
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