sábado, 17 de março de 2012

Ele há horas felizes!...


Roubei o título deste poste a um estribilho dos cauteleiros que vendiam lotaria pela ruas e nos cafés, para tentar eventuais fregueses à compra de jogo. Já há muito que não ouço este grito aliciador, até porque, hoje em dia, os cauteleiros já são poucos. Mas, se o estribilho era apenas uma hipótese remota de sorte grande para o comprador, o título usado aqui, por mim, é num sentido afirmativo.
Estes pequenos magazines, na imagem, eram uma espécie de irmãos mais novos e mais pequenos da Colecção Vampiro, da Livros do Brasil , que começou a ser editada no final dos anos 40 do século passado. O Vampiro magazine começou a publicar-se pouco depois. De Março de 1950 é o primeiro número e tem, portanto, 62 anos de idade. Creio que se publicaram cerca de 30 números. Ainda comprei, no Porto, na minha adolescência, uns cinco ou seis exemplares diferentes. Novos, custavam Esc. 5$00, mas usados ficavam mais baratos, e apareciam, pouco, em quiosques-tabacarias que os vendiam em segunda mão. Mas, depois e em Lisboa, nunca mais vi nenhum à venda.
Eram apetecíveis pelo grafismo sugestivo das capas, de Cândido da Costa Pinto, que denotava alguma influência surrealista, mas também bom gosto estético. O conteúdo, com algumas traduções probas de Victor Palla, era muito informativo e diversificado. Os Vampiro magazines começavam por dar, em cada número, uma resenha biográfica e bibliográfica dos escritores policiais mais em voga ( Ellery Queen, Carter Dickson, Agatha Christie, S. S. van Dine, Dorothy Sayers, Georges Simenon...). Incluíam 5 a 6 contos policiais, traduzidos por Victor Palla. E ainda publicavam mistérios-problemas detectivescos, para os leitores resolverem, além de notícias várias e curiosidades sobre a temática.

Pois há dias, numa "hora feliz", e em Campo de Ourique, num pequeno alfarrabista, deparei-me com cerca de duas dezenas de Vampiros magazines, em óptimo estado e a preço convidativo. Comprei treze e, pela quantidade, fizeram-me desconto: paguei 12,00 euros, por todos. Ele há horas felizes!...

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