segunda-feira, 19 de março de 2012

João Rui de Sousa




Corpo de Ambiguidade

posso e não posso ir-me noite fora
nestes pilares do medo  desta dor
- é quando os dedos ferem (não se tocam)
é quando hesito e coro

é quando vou não vou neste mergulho
em seco a imergir em pobre chão
de caos e flor e vinho e confusão

é quando sem chorar me escondo e choro


Nota: voz discreta e poeta pouco disposto às arenas literárias, João Rui de Sousa (1928) foi galardoado, pela A. P. E., com o Prémio Vida Literária 2012. Merecidamente.

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